As montagens para a pesca à boia influenciam, e muito, o sucesso ou insucesso de uma jornada de pesca. Existem tantas variedades e pesos de boias que o pescador principiante fica confundido com a panóplia destes acessórios existentes no mercado.
Vamos falar agora das mais usuais, à medida que o pescador for progredindo ele próprio vai sentir as necessidades de melhor adequar os materiais que vai utilizar.
Para já vamos distinguir 2 tipos de boias, as fixas e as de correr, bem como 2 tipos de pesca à boia, pesca direta e pesca usando estralho.
Os tamanhos habituais das boias estão marcados em função do lastro/chumbo que as mesmas suportam para que trabalhem bem. Os mais habituais são de 5, 8, 15 e 20/25 gramas, existem mais pequenas mas são para pescas muito técnicas e também existem bem maiores especialmente para quem pesca em falésias.
O pescador mais experiente prefere quase sempre pescar direto, isto é, pesca-se usando a linha do carreto para que não existam nós na montagem pois especialmente em linhas finas estes retiram resistência e elasticidade à montagem, podendo desequilibrar no combate com exemplares de certo porte. Deve-se sempre trabalhar com a embraiagem do carreto um pouco aberta, para que a linha corra se necessário em caso de súbito arranque do peixe.
O lastro para a boia pode ser chumbo fendido muito macio para não trilhar o fio, colocado a cerca de 40/50 cm do anzol, também há quem corte pequenos troços de tubo de silicone, e coloque no fio apertando o chumbo por cima destes para evitar “ferir” o fio. Podem ainda usar-se pequenas olivettes de 2/3 gramas (chumbo furado em forma de caroço de azeitona) que trabalha em cima do anzol. Caso seja necessário lastro suplementar para calibrar a boia coloca-se perto desta.
Esta pesca apresenta também a vantagem de facilmente podermos alterar a altura a que a boia está a trabalhar. Deixava ainda a recomendação de além de fixarem a boia na quilha fazerem-no também no topo da antena, desta forma caso seja necessário utilizar uma rabeca ou cesto este não vai encalhar na antena.
A pesca com boia de correr é usada para pescar em locais onde a profundidade do pesqueiro ultrapassa o comprimento da cana e como sabemos que os nossos amigos peixes comem quase sempre junto ao fundo surge a necessidade de usar este tipo de montagem. Pois se fixássemos a boia à altura adequada andávamos sempre atrapalhados com a distância da boia ao anzol e caso capturasse-mos um peixe teria-mos grande dificuldade em efetivar a sua captura.
Apesar de também se poder pescar direto usando boia de correr, pode travar-se entre dois batentes de silicone por ex:, o mais habitual é o uso de estralho. O recurso ao estralho permite que se use um fio mais forte no carreto o que ajuda em pesqueiros de alguma altura onde o roçar na rocha é uma constante.
Uma boia de correr pode ser calibrada com chumbo fendido ou furado, é quase indiferente optar por um ou por outro e pode ser travada com 1 ou 2 travões de silicone ou por uma pequena pérola furada que irá embater num nó de travamento.
Onde costuma haver divergência de opiniões é no comprimento do estralho optando uns por 1 estralho de apenas cerca de ½ m, a parte que se acrescenta após a fixação dos chumbos e outros que preferem estralhos com o comprimento da cana. Pessoalmente gostamos mais da última opção, pois um estralho mais comprido torna a montagem mais elástica e logo menos sujeita a roturas.
Acima de tudo interessa é irmos à pesca pois em casa ninguém apanha peixe.
A. Ferreira